A temporada de Formula 1 não tinha começado bem para Ayrton Pautas e para a sua equipa, a Williams. O novo carro parecia endiabrado nas mãos do tricampeão, e rodava facilmente sobre si próprio, de tal modo que nessa fatídica temporada, Pautas ainda não tinha terminado nenhuma prova. Ele e a sua equipa apontaram o inicio da temporada “a sério” para o GP de Santo Antonino, no autódromo Migas e Américo Ferrari, em Imocá.
Nos treinos Ayrton colocava-se na sua posição habitual, a Pole Position. A equipa da Williams estava toda ela empolgada, parecia que o nosso campeão ia voltar aos pódios, desta vez tinha que dar e nada poderia correr mal. Mas o fim-de-semana estava ensombrado por uma perda, Lobo Ratsenberguer havia perdido a vida em pista nos treinos de sábado, e essa sombra pairava sobre toda a gente naquele dia. Ayrton sentia-se sozinho desde que os seus dois rivais mais próximos se haviam retirado, Alain Cristh e Nigel Bessel, restava-lhe agora um alemão atrevido de seu nome Egael Shumacher, e ele teria de aprender a derrotar este e a vencer sem os outros dois.
Então Ayrton entra no seu carro… A expressão é de uma melancolia medonha, ninguém reconhece esta expressão no nosso tricampeão, no auto-entitulado: A Lenda. E a verdade é que para esta lenda viva, se tornar de facto uma lenda, só lhe restava, neste dia frio de Dezembro uma coisa: Morrer em pista.
Ayrton levaria consigo, no seu cockpit uma bandeira da Áustria, para em caso de vitória a enverdar na volta de consagração, em vez da habitual bandeira do Brazil, em homenagem ao falecido Lobo Ratsenberguer.
O GP começa, Ayrton Pautas da Silva lidera com larga vantagem para o segundo classificado. É então que o finlandês Piki Raykonem, que ocupava a 4ª posição, sai de pista, afirma que tem que ir estudar para um exame, ao sair suja toda a pista com óleo que lhe escorre do cabelo e aí entra o safety-car, este fica três voltas em pista e eis que abandona e a corrida retoma o seu ritmo normal.
Ayrton segue lançado rumo à vitória, acelera na reta da meta e ultrapassa a mítica barreira doa 300 Km por hora (como alguém um dia o fez com as gajas), e entra na mítica curva Tamburelo. O seu motor Renault está ao rubro, mas eis que subitamente o seu carro perde o sentido e vai-se despenhar contra a barreira de betão. Galvão Buéno, que narrava a corrida em directo apenas diz: “Pautas bate forte”.
O que se passou depois faz parte da história… Ao bater no muro de betão, onde um par de pantufas atigresadas estavam pousadas Ayrton perde a vida, com a ironia de uma dessas pantufas lhe ir bater no capacete amarelo que tantas alegrias nos deu, esse momento histórico havia de ficar registado em fotografia para a posteridade.
A Formula 1 ficou em choque, havia perdido o seu maior e mais carismático piloto, de uma maneira que ninguém entendia. No Brasil, sua terra Natal, foi declarado luto Nacional durante 3 dias.
Calcula-se que no funeral do nosso herói tenham estado presentes mais de 1 milhão de pessoas. Alain Cristh e Massas Fitipaldi, amigos e ex-colegas do piloto estavam entre os que carregariam o nosso campeão até a sua última morada.
Na sua lápide ficou escrito o seguinte epitáfio: “Nada pode me separar do amor da Tuna TS”.
Fica com Deus Ayrton.
Até 6ª
O Historiador
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